Consultem todos os críticos e comentaristas de revistas especializadas; consultem o material de divulgação, capas de DVDs, material de lançamento do filme. Não Matarás é sempre descrito como um filme sobre dois crimes, sobre a pena capital, sobre a brutalidade do crime do jovem Jacek. Ponto!
A youth randomly, and brutally, murders a taxi-driver. Piotr has just passed his law exams and been admitted to the bar. He is to defend Jacek, the young murderer. There is no evidence for the defence and no apparent motive. Jacek is put on trial, found guilty and executed by hanging. Piotr, after his first case, is leftwith the bitter doubt - does the legal system, in the name of the people, have the right to kill with cold blood? -- IMDb Argumento: Krótki film o zabijaniu (1988)
Mais que isso, o crime de Jacek, o jovem protagonista do filme, é sempre creditado a um 'motivo não existente'. Estranhamente, o nome da atriz e personagem (Beata) vivida pela garota com quem Jacek faz contato e convida para passear em seu carro-taxi-roubado desaparece dos créditos e das análises dos comentaristas. A história de ir (ou voltar) para as montanhas, abaixar os bancos e dormir com um cobertor também é omitida. Possível motivo do crime (o amor de Jacek por Beata), há um proposital fade no filme de Kieslowsky...sinalizando um amor (beijos ausentes?). O amor, imaginário ou não, o desejo, realizado ou não, está lá. O amor aqui é um possível deflagrador da ação de Jacek (roubar o carro para realizar um desejo, dormir com a garota, dar uma volta onde ninguém os achará).
Num documentário perturbador, Werner Herzog (Ao Abismo, Um Conto de Morte, Um Conto de Vida) coincidentemente aborda o mesmo tema, morte, pena capital e amor numa prisão de segurança máxima no Texas. Aqui, o crime é tematizado, claro..mas o foco de Herzog é em dois condenados a prisão perpétua (ou quase) e à morte, Jason e Perry. Seus crimes: matar barbaramente três pessoas. O que importa, aqui, é ver como Herzog trabalha os vários presos e suas vidas, suas intimidades.
Perry é executado oito dias após os depoimentos a Herzog. Jason, apesar da longa pena a ser cumprida (40 anos sem direito a condicional) corresponde a um amor de uma jovem mulher...e, segundo Herzog...aí se estabelece a Urgência da Vida (num mundo onde a impossibilidade de contato - físico principalmente- e a certeza da morte são pressupostos dados).
Death is not the only side of the film: there is the Urgency of Life as a
parallel storyline. How should we live our lives according to the men
waiting for execution?
parallel storyline. How should we live our lives according to the men
waiting for execution?
Jason casa-se com Melyssa, uma jovem que não conhecia a não ser por cartas. Deseja ter 50 filhos com Melyssa (com uma mulher que não pode sequer tocar).
Strangest of all is the young woman, Melyssa Burkett, who worked
in a support group for Jason Burkett after his conviction, and married
him in the maximum security prison - over a phone, and separated by a
bulletproof wall of glass. She is pregnant by him, and gives only vague
hints about an elaborate plan to smuggle "contraband" from him out of
the prison.
in a support group for Jason Burkett after his conviction, and married
him in the maximum security prison - over a phone, and separated by a
bulletproof wall of glass. She is pregnant by him, and gives only vague
hints about an elaborate plan to smuggle "contraband" from him out of
the prison.
O filme de Werner Herzog parece sugerir que o amor é uma redenção, um resgate da humanidade perdida por esses prisioneiros-personagens; ao contrário da tese de Não Matarás onde o amor é o motor que faz funcionar a pulsão de morte (afinal, a culpa está no outro que me quer e me faz querer), em Ao Abismo o amor surge como o elemento de sublimação (purificação, transformação de atos hediondos - crimes bárbaros cometidos por Jason - em filhos, numa família 'normal').
Nenhum comentário:
Postar um comentário