23 de abril de 2012

Desejo e reconhecimento: de Hegel a Lacan

 

O fato de que o mundo humano esteja coberto de objetos se fundamenta em que o objeto de interesse humano é o objeto do desejo do outro... Na origem ele [o sujeito] é uma coleção incoerente de desejos ... e a primeira síntese do ego é essencialmente alter ego, está alienada[1].



Entre 1933 e 1939 o filósofo russo Alexandre Kojève ministrou um curso sobre a Fenomenologia do Espírito de Hegel. Lacan foi um dos seus alunos. Através de Kojève, Lacan encontrará na Fenomenogia conceitos como o desejo e o reconhecimento intersubjetivo, que fornecerão fundamentos para a sua idéia de uma ciência da personalidade, da análise das patologias mentais e de uma clínica psicanalítica. Tais conceitos estão no capítulo IV da Fenomenologia, intitulado “A verdade da certeza de si”.



Nós temos uma idéia bem clara do Absoluto por causa da nossa religião. Sendo cristãos, Deus é este Absoluto, ou o Espírito.

Hegel combatia a idéia teológica de que o Absoluto estaria fora, ou além do mundo espacial-temporal da História. Para ele este Absoluto, este Espírito se realiza no mundo. A Fenomenoliga do Espírito é uma narração de como este Absoluto se realizou, bem na sua época, depois do Espírito atravessar os séculos da História. A F.E. é, então, o relato desta travessia que, segundo Hegel, termina na sua época. Hegel é um iluminista que, portanto, crê no progresso e no percurso que trouxe o homem a um lugar onde ele encontra o seu Ser verdadeiro, o da liberdade, da autonomia e da ação.

Este homem é o cidadão e o seu lugar é o Estado. Conclusão talvez surpreendente quando se espera tratar do desejo. O desejo está numa etapa deste percurso. Aqui o abordaremos não pelo início (e não chegaremos ao final), mas a partir de um ponto do percurso onde Hegel diz que “já podemos sentir-nos em nossa casa e gritar, enfim, como o navegante depois de uma grande e aventurosa travessia por mares turbulentos: terra!”[2]. Trata-se de Descartes. Com ele começa, segundo Hegel, a cultura dos tempos modernos com a sua filosofia da interioridade.

O homem grego tem a sua existência empírica (real) determinada: ele é um ser que pertence a um lugar no Cosmos. Sua existência está, portanto, determinada (há um destino) e as eventuais variações são decorrentes do acaso.
Os gregos sabiam que o homem se diferencia dos animais: ele pensa e produz discursos coerentes. Mas este pensamento ainda era apenas parte do mundo das Idéias (como em Platão), o Logos. Então o homem era um animal que pertencia a um Cosmos ao mesmo tempo natural (a sua biologia), metafísico (o seu destino) e ontológico (era um ser pensante cujo pensamento participava do Logos).

Em Hegel o homem é consciência-de-si, ele é consciente da sua realidade, que é ser ao mesmo tempo sujeito e objeto. Como sujeito ele compreende os objetos da natureza. Mas ele também é objeto para si. Segundo Hegel, foi preciso que ele dissesse “Eu” para que houvesse condições da consciência-de-si emergir. O conhecimento do mundo se dá a partir deste principio geral do pensamento que parte de si mesmo. Já não estamos mais no mundo das Idéias de Platão, onde os conceitos eram externos à razão. Aqui, ao contrário, é a razão que os instaura. Daí a importância da formulação “Eu penso, eu existo”: minha existência se dá e ela é enquanto sou um ser que pensa. Este é o Ser do homem que se revela na época de Descartes: a sua consciência não é mais uma parte de um cosmos ou de um Ser Absoluto divino. O ser do homem é imanente (emerge dele mesmo) enquanto e apenas ele é um ser que pensa. Instaura-se então, no Ocidente, o que se chama a autonomia da razão. Autonomia em relação, por exemplo, às verdades reveladas pela religião, ao Destino, à determinações naturais tais como lugar, família, gênero ou pertencimento à uma ordem profissional. É a emergência do Eu. Estamos em 1641, quando Descartes publica as Meditações Metafísicas.

Em Descartes é este ser pensante que instaura os conceitos e terá que pensar os objetos do mundo que o rodeia. É como se o homem fosse este logos[3] que contempla as coisas do mundo e instaura a verdade sobre elas através da palavra. Mas, segundo Kojève, Descartes não teria respondido à pergunta: “É certo, sou um ser que pensa. Minha mente é uma substância pensante radicalmente diferente das substâncias materiais. Mas o que é este ser que pensa?”. Ainda não temos um Eu que interroga a si mesmo. Para Descartes este Eu apartado radicalmente do mundo espacial-temporal na forma da substância[4] pensante é como um logos que existe. Que talvez seja parte d’O Logos (Deus), mas que é fundamentalmente algo fixo e substancial[5]. De todo modo, Hegel diz que em Descartes “a filosofia se converte, assim, em uma incumbência geral acerca da qual todo homem sabe emitir juízo, pois todo indivíduo é um ser pensante por natureza”. Nela, “a consciência de si é um momento essencial da verdade”[6].

É como se Hegel tivesse definido a tarefa do homem de ser aquele que não apenas fala da Natureza e de si como ser natural (positivo), mas que é consciência que pensa a si.

Nesta percurso das figuras da consciência através da história, Hegel diz que “com a consciência-de-si entramos, pois, na terra pátria da verdade. Vejamos como surge inicialmente a figura da consciência-de-si se considerarmos essa nova figura do saber – o saber de si mesmo – em relação com a precedente – o saber de um Outro… Assim, o que parece perdido é apenas o subsistir simples e independente para a consciência … é apenas a tautologia do ‘Eu sou Eu’.”[7]. Ou seja, a consciência enquanto o que observa o mundo não traz a verdade sobre si: a consciência que procura se conhecer como conhece os outros objetos do mundo está fadada a tautologia do “Eu sou Eu”, pois todos os objetos do mundo são externos à consciência, mas ela possui consigo uma relação de interioridade. Assim, o ato de conhecer o objeto consiência só será bem sucedido, segundo Hegel, quando a diferença for suprimida: o ser-outro não é.

Para a consciência-de-si, portanto, o ser-Outro é como um ser … mas para ela é também a unidade de si mesma com esta diferença … Essa unidade deve vir-a-ser essencial para ela, o que significa: a consiência-de-si é [apenas simplesmente] desejo, em geral[8].

Agora a consciência-de-si tem diante de si um outro ser, um outro homem, que também é consciência de si. Este outro homem lhe aparece de dois modos: um enquanto objeto do mundo (fenômeno), outro enquanto outra consciência-de-si. Na busca pela sua verdade, a consciência-de-si se depara com est problema: a sua verdade está fora dela: se ela quiser abandonar a unidade tranquila dela com ela mesma do “Eu sou Eu”, ela descobrirá, segundo Hegel, que terá que buscar a sua essência numa outra consciência-de-si. Ou seja, a sua essência é marcada para ela “com o sinal do negativo”, ou pela falta.

Voltando a Descartes, é como se a consciência cartesiana, cujo pensamento autônomo presidia a compreensão dos objetos do mundo, percebesse que nem todos os objetos do mundo podem ser postos a partir dela. Aqui é diferente: quando a consciência tenta responder à pergunta “o que sou este ser que pensa?”, ela se dá conta, segundo Hegel, que deverá agir outro modo. Este agir diferente é o que possibilita a passagem da consciência para a consciência-de-si. Ou seja “A consciência-de-si que pura e simplesmente é para si, e que marca imediatamente seu objeto com o caráter do negativo, ou que é, de início, desejo – vai fazer pois a experiência da independência deste objeto”[9].

Hegel afirma que o agir da consciência pelo desejo é um ato ou tentativa de reconhecimento. Existiria, então, esta marca do ser humano,  o reconheci-mento:

A consciência-de-si existe em si e para si quando e por que existe … para uma Outra [consciência-de-si]; quer dizer, só é como algo reconhecido[10].

Consideremos agora este puro conceito do reconhecimento, [isto é] a duplicação da consciência-de-si em sua unidade, tal como seu processo se manifesta para ela. Este processo [esta evolução] vai apresentar primeiro o lado da desigualdade de ambas [as consicências-de-si] ou o extravasar do meio-termo nos extremos, os quais, como extremos, são opostos um ao outro; um extremo é só o que é reconhecido; o outro, só o que reconhece[11].


Ou seja, não ocorre o “meio-termo” (que seria o reconhecimento mútuo): cada uma tentará transformar o outro num objeto exterior a si (como o são todos os objetos naturais no mundo). Este é o primeiro resultado da ação motivada pelo desejo: a consciência-de-si percebe que o seu Ser está no outro. Então ela tenta se “apropriar” deste seu ser que está no outro. Irá tratar o outro como um seu objeto. Então, inicialmente, as duas consciências-de-si não conseguirão fazer a abstração do outro como um indivíduo humano livre e independente: “a apresentação de si como pura abstração da consciência-de-si consiste em mostrar-se como pura negação de sua maneira de ser objetiva[12]”, ou seja, mostrar que ser humano é não estar ligado a nenhuma existência determinada (lugar, país, grupo social, casta, genero etc), ou, à vida, às condições naturais, em geral. É toda uma idéia da natureza humana como algo fixo que é posta em questão. E Hegel prossegue:

Esta apresentação é o agir duplicado: o agir do Outro e o agir por meio de si mesmo. Enquanto agir do Outro, cada um tende, pois, à morte do Outro. Mas aí também está presente o segundo agir, o agir por meio de si mesmo, pois aquele agir do Outro inclui o arriscar a vida. Portanto, a relação das duas consciências- de-si é determinada de tal modo que elas se provam a si mesmas e uma a outra através de uma luta de vida ou morte [13].
Eles devem arrisar a vida para elevar à verdade o conceito puro do reconhecimento. Para Hegel, um homem que não arriscou a vida, que não negou a sua existência natural, não é reconhecido como consciência-de-si autônoma. Este ser humano teria a sua existência restrita, por exemplo, a um fato natural de ter nascido mulher, que pertence a uma determinada família, cuja essência é prolongar a existência desta família, gerando filhos que, por sua vez, levariam o nome adiante.

Para Hegel, a verdade do ser humano é este desarraigamento, esta evanescência, ser humano como desejo e falta. Daí uma certa incompletude que só se realiza no futuro, que parece estar sempre “no projeto”. O outro não me completa, mas, ao mesmo tempo, a minha essência está fora de mim. E isto é angústia.

Daí a luta. Ambos lutam e arriscam a vida. Não por um objeto natural: animais também arriscam a vida por comida, refúgio ou para proteger os filhos. Só o homem o faz por um objeto abstrato: o reconhecimento. É claro, neste arriscar a vida não existe a morte biológica: se, na luta, um matasse o outro, o que mata não poderia gozar do reconhecimento do vencido morto. Logo, ambos sobrevivem da seguinte forma: um decidiu aceitar a derrota e preservar a sua vida e se torna o que Hegel chama de escravo. O vencedor será o senhor.

Este vencedor aparentemente atingiu o seu intento e a ação do seu desejo foi bem sucedida; ele irá poder fruir do reconhecimento do vencido. Então a consciência do senhor abandonou a posição “Eu sou Eu” e entrou em relação com uma outra consciência. Nas palavras de Hegel, o senhor “já não é apenas o conceito desta consciência, mas uma consciência que é para si mediatizada consigo por meio de uma outra consciência”[14].

Qual é a situação do escravo? Ele é aquele que escolheu, na luta pela vida ou morte, preservar a própria vida, ou seja, ele escolheu preservar a sua vida biológica abandonando o embate. Então ele é, nesta etapa, uma consciência que se identifica apenas com a sua vida animal. Segundo Hegel “ao recusar-se a arriscar a vida numa luta de puro prestígio, ele não se eleva acima do animal. Considera-se como tal e como tal é considerado pelo senhor”[15]. E, ao mesmo tempo, o escravo reconhece o senhor na sua realidade e dignidade humana.

O senhor frui dos objetos do seu desejo através do escravo. O escravo produz tais objetos. O senhor satisfaz o seu desejo através do escravo, que decidiu permanecer ligado à vida, às coisas naturais. Mas o escravo também é consciência-de-si e é ele que transforma as coisas naturais para oferece-las ao senhor. Em outras palavras, o escravo trabalha[16] [17]. Ele faz uma mediação entre as coisas e o senhor. Hegel prossegue: “através desta mediação [com a coisa feita pelo escravo], a relação imediata vem-a-ser [advém] com a pura negação da coisa [a transformação da coisa pelo escravo], ou como gozo – o qual lhe consegue o que o desejo não conseguia: acabar [no ato de consumir] com a coisa, e aquietar-se no gozo”[18].

Mas poderiamos perguntar: mas o senhor não pode se relacionar diretamente com os objetos do seu desejo, sem a intermediação do escravo? Segundo Hegel, isto seria uma relação de fruição ligada à vida animal. Certamente nos relacionamos neste nível com certos objetos quando sentimos fome, sede, ou quando aniquilamos um outro ser. Mas, aqui, o que a consciência-de-si descobre é que o que é verdadeiramente humano demanda a fruição dos objetos do desejo humano através de um outro, através de uma outra consciência-de-si. Daí o desejo por objetos em si absolutamente prosaicos como uma medalha olímpica, um troféu, ou fincar a bandeira de um país numa terra estrangeira.

Até aqui, então, estamos diante de uma relação de reconhecimento incompleta e assimétrica.

Voltando ao texto, em que situação existencial se encontram o senhor e o escravo? O senhor percebe que recebeu o reconhecimento do escravo. Mas este, ao se a aferrar à vida, à sua condição natural, não é ainda uma consciência-de-si reconhecida; não é um ser na sua dimensão e dignidade humanas. Ou seja, o senhor está buscando reconhecimento numa outra consciência-de-si que não é. Ela é apenas objeto da fruição do senhor. E o senhor então cai num impasse: venceu a luta pelo reconhecimento e o recebe do escravo, mas este não é uma consciência-de-si, ou seja, o reconhecimento vem de um objeto! O senhor  ficaré preso a esta situação existencial. Ele não pode sair dela pois decidiu arriscar a vida, venceu e está cristalizado na condição de senhor do escravo. Ele poderia lutar contra um outro senhor, mas este, se não morrer se tornará um outro escravo! Nas palavras de Lacan:

A quem [o senhor] deve a sua humanidade? Apenas ao reconhecimento do escravo. Porém como ele não reconhece o escravo [como ser humano], este reconhecimento não tem literalmente valor algum. Como costuma ocorrer habitualmente na evolução concreta das coisas, quem triunfou e conquistou o gozo se torna completamente idiota, incapaz de fazer outra coisas além de gozar, enquanto aquele a quem se privou de tudo conserva a sua humanidade[19].

Segundo Hegel, será o escravo que irá romper este impasse, ou seja caberá a ele resolver o impasse existencial em que se encontram.

Como vimos, o escravo é, ao mesmo tempo: a) aquele que tem idéia da morte, da sua finitude, ou seja, do homem como ser finito (pois é também um ser natural-biológico) e b) aquele que é ser que trabalha, ou seja, que transcende pelo trabalho o seu dado natural ao tranformar o que é natural (o objeto trabalhado) em algo para outro. O trabalho é planejamento, técnica, ciência, mas também é algo que o escravo realiza com fins não naturais. Pode-se dizer, com fins antropológicos, pois ele o realiza em função de uma idéia (de outro) que é o desejo (do outro). O trabalho é projeto e ação com vistas a fins não-naturais. Um castor também trabalha a madeira para construir um dique, mas ele não constrói diques para realizar o desejo de um outro ser. Só o homem o faz.

Ou seja, é o escravo aquele que primeiro compreende a verdadeira dimensão do Espírito enquanto uma realização de um ser que é natural-biológico, mas também como Eu ou homem, ou uma razão que age visando um fim que não é puramente natural.



[1] Lacan, Seminário 3 (O outro e a psicose).
[2] Hegel, Lições sobre a história da filosofia, vol. III: O Período do entendimento pensante.
[3] Pode-se entender logos como uma frase ou um discurso estruturado e compreensível por outros.
[4] Substância, ou essência é algo que só existe objetivamente quando ligada ao seu suporte natural. Logo, são necessários homens reais-biológicos existindo num lugar e no tempo para “encarnar” o Logos. Logo, o pensamento só existe quando e enquanto existem homens reais-biológicos. Mas dividimos a mesma biologia com os animais. O que nos diferencia deles é que só somos Homem quando e na medida em que pensamos. Daí a importância da co-temporalidade do “eu penso” com o “eu existo”.
[5] A alma ou mente é uma substância pensante. Portanto, Descartes não teria abandonado a idéia pagã do homem como uma identidade substancial. Para Hegel, o homem é aquele da tradição judaico-cristã, que transmitiu para Hegel as idéias de um indivíduo (a Salvação é individual) diferenciado da natureza, não apenas porque pensamos, mas porque sua natureza é pecado (o homem nasce no pecado) e ele se opõe a ela através da ação que poderá levá-lo à salvação. Para Hegel, o homem é liberdade e ação.
[6] Hegel, idem.
Momento, aqui, pode ser entendido como uma parte de uma totalidade. Na lógica de Hegel, o todo e as suas partes são essencialmente relacionados entre si e não são mutuamente independentes. Deste modo, todas as etapas ou figuras que a consciência assumiu ao longo da História se conservam e constituem o todo do Absoluto.
Verdade é, em geral, a adequação do conceito ao objeto ou, uma realidade que se revela. Para Hegel, só o Absoluto é estritamente verdadeiro, mas ele usa o termo verdade também para designar um estágio de um processo com relação ao seu predecessor. Assim, a percepção é a verdade da certeza sensível, na medida em que resolve as contradições desta, mesmo que a percepção venha a ter, ela mesma, as suas próprias contradições.
[7] Hegel, Fenomenologia do espírito. Vozes, 2a ed, p 136.
[8] Idem.
[9] Idem, p. 137.
[10] Idem, p. 142.
[11] P. 144.
[12] P. 145.
[13] P. 145.
[14] P. 147.
[15] Kojève, op. cit. p. 21.
[16] Trabalho é atividade. Para Hegel o conceito de ação é fundamental, como vimos. O Ser que não age permanece eternamente igual a si mesmo, na tranquilidade do “Eu = Eu”, ou no repouso do seu suporte natural. Para Hegel, o entendimento é uma ação que separa o Ser do seu dado espacio-temporal. No trabalho o homem nega o ser do objeto trabalhado, transformando-o em algo outro. E a transformação não se dá apenas no sentido material. Esta é a menos importante, a verdadeira transformação se dá porque o escravo transforma o objeto PARA o senhor, ou seja, o objeto a ser trabalhado terá um duplo destino: primeiro, tornar-se um objeto-outro, segundo, tornar-se um objeto para um outro.
[17] Grosso modo, aqui está a origem da sociologia que trata das relações humanas através do trabalho, como em Marx. Para Hegel, esta etapa da consciência-de-si que põe o conceito que desagua na relação senhor-escravo é o que se verificou na história com o advento da classe burguesa na revolução industrial. Assim, no advento do burguês capitalista estaria uma figura do senhor (há outras), e no proletário a figura do escravo.
[18] Hegel, op. cit., p. 148.
[19] Lacan, op. cit.

Um comentário:

  1. WOW *___*

    isso sim é post-aula! Lerei tudo com afinco. incrível! =)

    a baixa casta agradece.

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